sexta-feira, 27 de maio de 2011

Antigos desabafos. Parte 1

Sua casa esta vazia, sua mente esta vazia, seu coração esta vazio, sua alma também esta vazia, e nesse imenso vazio você grita meu nome, mas só o teu próprio eco te responde.
O eco do teu passado, como um filme antigo em preto e branco que mostra momentos felizes de um passado que não volta e sorrisos amarelados pelo tempo... Um tempo tão distante que os braços das tuas lembranças não podem alcançar...
Você chora e grita, e tuas lagrimas molham o chão, tornando assim mais fértil o campo deserto dos teus sentimentos.
Triste desencontro, pois agora que aprendeste a tornar fértil teu coração, não há mais ninguém aqui para semear...
Grite novamente, mais alto dessa vez, quem sabe alguém ouve a distancia e se compadeça da tua pobre alma e venha semear em ti algo de bom, pois quando eu fugi do deserto que havia em você só havia no seu interior espinhos e ervas daninhas.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Ele.

Ele é mal humorado e inconstante, as vezes me surpreende, as vezes é tão previsível...
Parece estranho mais me ensinou coisas que eu pensei que soubesse, e me fez descobrir coisas em mim que antes me pareciam impossíveis .
Quando estou com ele me sinto ma criança boba. Tenho a impressão de sempre dizer a coisa errada, tenho a impressão de nunca acertar.
Como ao estranhos os sentimentos que tenho em relação a ele... Às vezes quero estar perto, e essa vontade é tão grande que me tira o fôlego, outras vezes queria estar tão distante que nem as lembranças dele pudessem me alcançar, em certos momentos sem que eu perceba, seu jeito me envolve e quando me dou conta nem sei mais a onde estou, e de repente tudo se evapora... Com apensa uma palavra...
Jogo perigoso esse... Mas quem se importa? Não tenho mesmo como voltar atrás... E acho que não quero mesmo voltar, quero ir até o fim... Até onde ele me levar...

terça-feira, 24 de maio de 2011

A janela.

Olhando da janela,vendo a vida passar,olhando apenas...Roubando de cada pessoa que passa um pouco de suas vidas ,Dos sentimentos,de suas almas...
Torna-se a cada momento um deles,as vezes é uma menina ingênua que espera sonhadora pelo primeiro namorado, as vezes é um homem deprimido por ter perdido seu emprego, ou quem sabe é aquela mulher vivida,que passa amargurada pela falta de amor e dinheiro.
E assim ele vive. A janela da sua casa é paisagem que se abre para a janela da sua alma. Seus olhos brilham pela alegria vivida pelos outros e se enchem de lágrimas com as dores que não são dele, e depois secam...Secam com o vento que sopra levando e trazendo os dias que nos fazem mais velhos.
O tempo foi passando, as crianças cresceram, moças casaram, paisagens mudaram, e ele continua na janela.
Poeira se acumula nos moveis, teias crescem nas paredes formando uma cortina sombria que torna tudo mais triste e deprimente... E o homem continua na janela, observando as vidas la fora, sem se dar conta da poeira que se vai acumulando nos moveis,das teias que crescem em suas paredes,em seus armários...Em sua alma...

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Encontro

Beto e Carla já se falavam a muito tempo, sempre pela internet. Já a mais de três anos se conheciam, e entre muitas mentiras e verdades, eles iam se conhecendo...se descobrindo...Ou achavam que iam...
Depois de tanto tempo finalmente eles vão se encontrar, e como é engraçado ver como as pessoas vêem as coisas de maneiras diferentes, Vejam vocês o exemplo de Carla e Beto, Veja como esse encontro teve significado diferente para os dois...
MUNDO DE CARLA:
-Pois é Ju, é como eu tinha te explicado, no começo ele mostrou aquela foto linda, mas ai depois ele me contou a verdade, e disse que aquele não era ele, eu fiquei chateada,mas como aquela foto também não era minha, eu perdoei...Ai ele me mostrou aquela outra foto, de um cara mais magrinho, mas bonitinho também, e disse que aquele era ele de verdade então eu mostrei a minha, que claro, nem era a minha de verdade de novo , mas ele acreditou...Bom, miga, hoje é o dia, me deseje sorte...Espero que ele não fique bravo por vê que não sou aquela da foto, bom...eu só sou um pouco mais cheinha que ela...
Na verdade Carla não era só um pouco mais gordinha que a menina da foto,ela era mais gordinha, mais baixinha, tinha cabelos cacheados e ruivos e não lisos e loiros como o da menina da foto, e tinha sardas...Ela não era feia, na verdade ela era tão comum que era quase invisível. E assim, com a determinação que toda pessoa invisível tem ela se arrumou( o melhor que pode) e saiu...
MUNDO DE BETO:
Então Pedro, quando eu conheci a mina lá, meu MSN tava sem foto...ai quando vi, pô mó gata! Ai, arrumei uma foto de um cara tipo fortão aqui, mas só fiz isso pq a mina era muito gata mesmo...Ai a gente começou a conversar e tal e descobri que ela é legal pra caramba, então resolvi ir baixando o padrão um pouco, pra ver se, quando ela descobrisse que aquele não era eu não me bloqueava sei lá...Mostrei outra foto, claro que não era minha também,mas ele não era fortão e tal...Ai ela me disse que aquela também não era ela...pediu desculpas e tal...Eu já tava quase dando um pé na bunda dela, afinal detesto mentiras! Mas ai ela me mostrou outra foto, cara, sabe que a mina até que é bonitinha? Então resolvemos marcar...Quando eu chegar lá e ela ver que não sou o da foto,é só me fazer de coitadinho e tal que ela me perdoa...Meninas são assim mesmo...
Mas Beto aparentava uma confiança que estava longe de sentir, e se quando ela visse que ele não era o magrelinho da foto, fosse embora sem nem escutar seus motivos? Ele queria ter contado a verdade,queria ter mostrado quem era...Mas ela não iria gostar. Tudo bem que ele nem era tão feio. Tinha belos olhos azuis,mas os óculos escondiam o seu brilho, não usava roupas da moda e nem cortava o cabelo com os outros meninos (sua mãe adorava seus cachos). Todas essas coisas o tornavam tão comum como qualquer outro no planeta, e ele era tão comum quanto Carla...e ele também era invisível...Bom, Vamos ao desfecho dessa estória.
Na hora marcada, lá estavam os dois, em frente ao shopping, esperando seus respectivos pares.
O tempo foi passando,passando e nada do gatinho lindinho ou da gatinha gostosinha chegarem, e então ela puxou conversa:
-Deixam você esperando?
A menina até era bonitinha,mas ele não quis dar muito papo não.-Vai que a Carla aparece e não gosta de me ver de papo com outra garota? Ja vou ter muito o que explicar sem precisar de mais encrenca.
-É...Mas “ela’’ daqui a pouco chega...
Fez questão de deixar bem claro que se tratava de uma menina, e Carla reparou isso, voltou para seu canto e continuou a esperar.
Uma hora depois foi ele quem puxou conversa:
-É, acho que nosso encontro não vem mais.
-Esperei tanto tempo por esse encontro, não acredito que ele não apareceu!
-Se te serve de consolo, comigo foi o mesmo, tem três anos que espero por essa garota,sabe,e quando finalmente a gente marca ela não vem!?
Nessa hora o coração de Carla quase parou,não poderia ser o Beto, não o seu Beto, esse menino na sua frente até era bonitinho, mas não podia ser ele...
-Hei. Menina,você tá legal?
A garota estava pálida, parecia que ia desmaiar.
-Menina?
-Beto? É você?
-Carla,é você?
Agora era ele quem estava pálido, não podia ser, como ela pode? Mas será que era? Ela até que era bonitinha, olhando assim era até mais bonitinha que aquela da foto.
Ficaram assim, se olhando por muito tempo, Pensando em uma maneira de não deixar aquele amor escapar.
Então eles pensaram juntos, foram lentamente chegando perto um do outro, se deram as mãos e se beijaram.Um beijo que disse tudo o que precisava ser dito, um beijo que disse me perdoa e te perdôo ao mesmo tempo.
E no tempo desse beijo aquelas pessoas antes invisíveis , agora apareciam com um só ser.

terça-feira, 17 de maio de 2011

Duas Vidas



“Ela havia decidido que estava cansada dessa vida, tudo dava errado, Não ia bem na escola, os meninos não olhavam pra ela como olhavam pras outras garotas, ela não se achava nem bonita e nem inteligente como as outras. Estava deprimida, a imagem que ela via no espelho não agradava a seus olhos, achava que tinha a idade errada, o peso errado,a cor de cabelo errada...
Definitivamente não queria mais viver nesse mundo, queria outra vida, uma vida diferente, onde ela estivesse sempre linda e na moda, aonde as pessoas gostassem dela... Aonde ela pudesse ser popular...
Mas isso não era possível, ela teria que se mostrar uma pessoa diferente, ser mais ousada, mais auto-confiante...Ela não era assim,e por isso tinha certeza que não conseguiria nunca ser quem queria,e assim a depressão que sentia só aumentava, quando chegou em casa estava chorando, mas não deixou que ninguem a visse, foi para seu quarto decidida a fazer a única coisa que faria sua dor passar, Talvez algumas pessoas a criticassem,talvez algumas a entendessem, mas a maioria nem iria saber, esse é o tipo de coisa de que não se fala muito.
Estava decidida, trancou a porta, apagou a luz, deixou um bilhete de “não perturbe’’ na porta, colocou sua balada favorita pra tocar...
E então ela fez.
Ligou o computador e fez um fake!

segunda-feira, 2 de maio de 2011

O amor dói.

Invariavelmente, assim, bem simples. Ninguém escapa, ninguém esta a salvo. Amar não é como nos filmes, quando a moçinha sofre e no final tudo fica bem. O amor dói no inicio no meio e principalmente no final. E quando não há final, e tudo parece bem, ele vai doendo um pouquinho a cada dia.
O melhor que se tem a fazer é não amar, e ela tentou,usou sua lógica e suas experiências anteriores como armas, mas nada adiantou, ela pensou que não aconteceria, que estaria segura estando tão longe, mas esqueceu que essas coisas sempre acontecem, esqueceu que o amor usa das armas mais ardilosas para penetrar no fundo da alma. E foi isso que aconteceu, mesmo tendo sido avisada de que não daria certo, de que esse amor não era pra ela, que seria uma tentativa inútil de produzir frutos numa terra infértil, ainda assim ela se deixou levar...
E foi mesmo levada... Ou terá ido sozinha até o fundo escuro aonde esta agora? Será que é mesmo escuro ou são suas lagrimas que turvam sua visão? Ou será a chuva que cai? Ela não sabe mais, e agora esta divida entre a dor que esta sentindo agora e o gosto bom de estar com quem se ama.
Ele deixou a porta aberta, mandou que ela saísse, porque então ela não foi? O que a segurou ali? Teria sido o medo da dor que ele demonstrava ou medo da dor que ela mesma sentia? E entre dois mundos ela se acha perdida, entre a dor do mundo real e o amor do seu universo particular.
Ela jogou, e perdeu, o que tem a fazer agora é assimilar a derrota, e se retirar até que ele venha lhe tirar do escuro, ou secar suas lagrimas ou simplesmente ficar ao seu lado, esperando a chuva passar.
Talvez ele não venha.